11/12/2009

Sei o quão imperfeito és,
Meu prédio amado,
Sei de cor as tuas falhas.
Se de sol o peito me enches,
Logo com vento me ralhas.

Sei, contudo, porque assim
O quiseste,
Sei a razão de todo o defeito:
Dá à nossa relação
Algo de mestre,
Traz humanidade ao teu jeito.

Vejo que o nosso tempo
Se esmorece.
Mas das mãos
Não me escapará.
Entre nós, o pôr-do-sol
Não acontece;
É um novo começo
Que se dá.

Nesta despedida desajeitada,
Fica meu breve adeus.
Não te devendo nada,
Muitos dos meus sucessos são teus.

Sei o quão bondoso és,
Meu amigo,
Sei de cor todo
O teu ser.
E se crescer me fizeste,
Te digo,
Muita mais vida
Verás florescer.

11/09/2009

Aurora Singela

Era uma vez
Um menino pequenino,
Na manjedoura estendido.

Levantou a mão,
Tocou no Céu.
E nem assim
O Homem
O reconheceu.

Uma mão cheia
De sonhos,
Uns olhos
Achocolatados
De esperança.
Uma voz
Engrandecida
Pela mudança.

Um coração imensurável,
Abarcando toda a criação.
Um menino pequenino,
Na manjedoura adormecido,
Capaz de iluminar a escuridão.