12/03/2015

mar calmo mar bravo

mar calmo    mar bravo
inconstante ir e vir de marés
quem o vê brando e delicado
julga saber quem ele é

e eu que nasci a seu lado
não confio
não me fio em ter pé

basta o sopro do vento
uma perda de alento
e somos poema
rebentação serena que ruge
em busca de fé

descubro-me então sal-gema:
trago em mim todos os sóis e luas
que sobre si amanheceram,
adormeceram e acordaram

trago em mim todas as ruas
que os seus braços impetuosos
furiosamente inundaram

trago em mim todas as tempestades
de fogo-mar extravasado

trago em mim todas as calmarias
noites, sonhos e dias,
um quadro idílico de praia
vagarosamente pincelado

Retirado de: https://quadroseretratos.files.wordpress.com/2012/03/a-praia-raquel-taraborelli.jpg

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