01/08/2014

Vejo a velhinha sentada à porta de casa

Vejo a velhinha sentada à porta de casa
o cabelo branco cai-lhe sobre o rosto
em fios já tão sem vida

Talvez a vida se esvazie das pessoas
pelos extremos

Primeiro dedos   unhas   pontas dos cabelos
Fica então o nada
a engolir lentamente o resto do corpo
Até tragar de uma só vez o coração

E, indiferente, pará-lo

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