03/01/2011

Tempo

Tempo, que és eterno e volátil.
Que me roubas o doce momento,
Que alongas a minha ânsia frágil.

Tempo, que és como o mar,
Num perpétuo vaivém de ondas.
Vem, e vai, vem, e vai, vem…

Tempo, que não te deixas ficar!
Que me obrigas a andar,
Andar, andar, andar, andar!
E não me deixas nunca parar…

E quando preciso que te sumas,
Quando quero que te vás,
Paras, alongas-te, ficas,
Estendes-te pela areia fora.

Ó Tempo, que és condição de tudo!
Que trazes movimento ao mundo!
Que trazes amargura ao poeta!
Que trespassas o momento como uma seta!
Que me tiras a liberdade,
E ofereces somente ansiedade…

Tempo, que vens e vais.
Que sempre corres e nunca mudas.
Sempre dinâmico, sempre estático,
Sempre volátil, sempre eterno.

Tempo, que me roubas este doce momento,
Que me deixas no desalento
De hoje não ser ainda
Amanhã.

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