Chegou o S. Pedro. Só as palavras “S. Pedro”, para nós, poveiros, têm um significado inexprimível, demasiado abrangente para qualquer dicionário. Para os estudantes, muitas vezes trazem um travo a Verão e liberdade, pois anda de mãos dadas com o fim das aulas. Para os mais bairristas, o mais imediato são as rusgas e a competição (quase) saudável. Para uns, a procissão é o evento mais marcante. Para outros, o que importa é a festa pela noite dentro.
Mas todos nós concordamos em como a festa poveira apresenta uma característica indispensável: o convívio. Isto, porque S. Pedro não é S. Pedro sem um bom passeio pelas ruas da nossa Póvoa, contando com umas quantas paragens aqui e acolá, para partilhar uma sardinha bem assada e uma malga quente de caldo verde. Isto, porque S. Pedro não é S. Pedro sem um abraço dado a um velho amigo e um sorriso oferecido a um estranho. Isto, porque S. Pedro não é S. Pedro sem a humilde gente poveira unida e, assim, reforçada, pronta a exclamar uma saudação aos conterrâneos e um “bem-vindo seja!” aos que vêm de fora.
De certa forma, o S. Pedro é um segredo poveiro. Não é possível entendê-lo sem experimentá-lo, aqui, com os nossos conterrâneos. E, assim que o vivemos, não o conseguimos transmitir, porque não encontramos palavras. Porque, o que quer que dissermos, ficará aquém do que sabemos bem ser o S. Pedro. É daquelas experiências simples que não se podem verbalizar, que não se podem trocar… Que fazem tudo o resto valer a pena.
O S. Pedro é isto: toda a Póvoa achegada para festejar. Festejar o quê? Nem nós sabemos. Talvez o nosso padroeiro, talvez as nossas tricanas, talvez a nossa terra… Não importa. É um festejar sem motivo, sem razão, sem objectivo. É um festejar pelo prazer de festejar. É ser simples e acolhedor. É ser feliz. É ser poveiro.
Afinal, sempre é bom viver aqui – quando é S. Pedro.
:)
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