12/02/2010

Muros

Sento-me aqui,
rodeada de planícies e planaltos,
de montes verdejantes,
repletos de frutuosas árvores.

Sento-me aqui,
rodeada de céus abertos,
de ventos livres,
que correm como crianças, felizes.

Sento-me aqui,
rodeada por estes muros,
que fui construindo
sem me aperceber.

Estes muros,
que pintei com cores esbatidas,
para serem parecidos comigo,
mas que não são eu.

Estes muros,
que são parecidos comigo,
mas que não são EU.

Estes muros,
que complicam o espaço da minha alma,
quando o que quero é a simplicidade.
Quando o que preciso é
simplicidade.

Estes muros,
que não me deixam espaço para plantar
as minhas árvores;
que não me deixam espaço para
correr livre atrás dos ventos.

Estes muros,
que me impedem de ser
EU!

E sento-me aqui,
sabendo que, num dia próximo,
eles ruirão, de dentro para fora.

Sabendo que
nem uma só pedra deixará cicatriz
e que os muros serão
ultrapassados,
esquecidos,
apagados.

Sabendo que,
nesse dia, serei já
planície, planalto, monte verdejante,
estendendo-me para o Céu.

Sem comentários:

Enviar um comentário