22/11/2009

"Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" - Lavoisier

   Num desses anos repletos de hormonas e dramas, aprendemos a interpretar esta lei de uma forma quase automática. É explicada sucintamente pelo professor, de um ponto de vista claro e objectivo, e, na maior parte das vezes, o significado mais abrangente é ignorado. Para mim, não chega a ser uma crença, mas um fenómeno irrefutável.
   Abrimos um livro de Química e é provável que, a dada altura, nos deparemos com este ensinamento. Existe um rol de gestos, palavras e expressões que fazem parte do nosso quotidiano e cujo verdadeiro valor descartamos facilmente. Assumindo que esta afirmação é olhada desse modo comodista, podemos descobrir nela um significado bem mais transcendente. Definimos a Natureza como tudo o que nos rodeia, seja físico, mental ou espiritual, e não só como a matéria envolvente, e conseguiremos destrancar numerosas portas, conforme a capacidade e experiência de cada um:
   - Se na própria Natureza, o que teria, supostamente, atingido o fim de vida útil modifica-se, sendo utilizado de outra forma, porque não exploraria o Homem uma maneira de o fazer também? E não é coerente que um objecto qualquer também necessite de ter essa abilidade mutante para ser ecológico? Portanto, admiro que alguém tenha sido capaz de atingir esta conclusão e de elaborar um plano para a pôr em acção. Lamento não ter sido mais cedo, porém desconheço se eu própria o acharia óbvio, caso não vivesse numa época de consciencialização ambiental.
   - Traduzindo esta filosofia para um nível mais pessoal, acredito que o ser humano, de um modo similar, se mantém, sob outra existência, após o fim tomado por certo. Transformamo-nos como tudo o resto, pois somos como tudo o resto. E se cremos que isto ocorre fisicamente, penso que não devemos rejeitar a possibilidade de aquilo que nos caracteriza realmente se manter, só porque não possuimos provas palpáveis ou visíveis. A nossa passagem pela Terra, pelos seres que nos acompanharam não se desvanece simplesmente, de mão dada com o nosso corpo. Somos relembrados além do fim físico e sermos esquecidos será, talvez, o maior castigo que podemos padecer. Saber que não fizemos diferença.
   Como já referi, com certeza, outros decifrarão o princípio de Lavoisier e descobrirão algo diferente. O necessário é abrir os olhos aquilo que deixamos escapar todos os dias e encontraremos muitas mais formas de sermos felizes.

1 comentário:

  1. Minha querida, o facto de tu escreveres tão bem , o facto de me prenderes ao ecrã quando leio o teu blog, o facto de seres uma rapariga muito à frente do que é pedido na tua idade, isto já é tudo sabido e mais que provado.

    Gostei bastante desta mensagem que deixas-te! A verdade é que também eu, como a maioria das pessoas, quando o professor de química falou na lei de LAVOISIER não entendi a riquesa do seu conteúdo, apenas pensei ser mais uma lei que provava certos acontecimentos quimicos.

    Mas com mais alguns anos de aprendizagem e evolução percebi que é mais uma mensagem de alguem visionário e muito inteligente para a sua época.Realmente é mesmo isso que disses-te na Natureza da vida nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
    Já um nosso AMIGO, aquele que deu a sua vida por nós, dizia que o verdadeiro valor reside naquilo que fazemos e transformamos nas nossas vidas!


    BRILHE A TUA LUZ! Beijinho grande Diana

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