Olhos nos olhos do desespero
que tem uma face
e rugas
e cabelos desalinhados
de brilho baço
Há algo de tão
insípido
na infelicidade
que começa a haver
um gosto inconfundível
Olhos nos olhos do desespero
e algo dentro de ti cai
pesa
oprime
sofrega-te o ar
Pesam-te as lágrimas
por dentro do ritmo cardíaco
e embaçam-te o metabolismo
Empatia
talvez
Mas é mais provável
que a dor seja um espelho
que nunca se sente nos outros
pelos outros
sempre em nós
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